quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Cinemas do Rio: Dia 1 - O Cinema das Luzes

Hoje dei início a um projeto que no ano passado procrastinei, enrolei e acabei não fazendo. A brincadeira é simples: Visitar TODOS os cinemas da cidade, e mais alguns de regiões próximas. É um exercício interessante e excêntrico, em igual escala, de experimentar O Cinema em lugares fora da minha rota comum. E também, por que não, um exercício de carioquice. 2015 ficou marcado como o ano de poucas idas ao cinema, raras, minguadas, pífias, enfim. 2016 veio para mudar o triste quadro deixado.

Para começar esta longa jornada, escolhi o Cinemark Downtown, localizado no bairro da Barra. Vale sublinhar que a escolha foi totalmente desprendida de simbolismos ou motivos poetizados. O estabelecimento em si é bom, oferece programação variada, um bom número de salas e projeção satisfatória. Para esta vez ficaram marcadas algumas peculiaridades meio que esquisitas, como por exemplo, um rapaz aleatoriamente contando piadas para estranhos na fila da bilheteria, a quantidade insana de publicidade antes dos filmes e bem... Digamos que esse cinema tem um certo apego às luzes. A má primeira impressão, aliás, foi essa. O apego peculiar fez com que houvesse atraso em desligar as luzes quando iniciaram um filme e que houvesse pressa em acender as mesmas DOIS minutos antes do término de outro filme.

Os filmes assistidos foram dois, O Despertar da Força, de J.J. Abrams, e Os 8 Odiados, de Quentin Tarantino. Pode falar, um começo e tanto tratando-se de programação escolhida. Fico feliz por ter acertado. E ok, ok, lá se vai a quarta vez assistindo Star Wars, beleza, eu admito. Contudo, posso dizer que hoje houveram alguns adicionais. A tecnologia D-Box empregada nas poltronas, fazendo com que elas se mexam freneticamente durante a projeção, ficou com o cargo de ser o diferenciador. De certa forma, foi sim, com suas chacoalhadas intensas a bordo da Millenium Falcon e X-Wing ou acompanhando um duelo de Sabres e Força, tudo isso deu uma imersão que eu ainda não havia provado. Mas no final, o que de fato tornou as coisas singulares foi a empolgação de um casal ao meu lado, assistindo o filme pela primeira vez. Vislumbrei neles cada dose de nostalgia aplicada, cada empolgação por uma vitória conquistada, cada suspiro de satisfação por um reencontro e cada lágrima pela... Bem, quem assistiu sabe. Estar na terceira pessoa da reação imparizou tudo.

Tanto o Episódio VII de Star Wars quanto o Episódio 8 de Tarantino são trabalhos de excelência cinematográfica e narrativa. Os 8 Odiados comprova a genialidade de Quentin como um Storyteller, um dos melhores filmes de sua carreira. Me ver reclinado para a tela do cinema, intrigado com as reviravoltas da trama, é algo que não costumo fazer muito, pelo menos não em público. Tarantino conseguiu mover minha postura, conseguiu entregar um estudo da cruel natureza humana sob o uso do bom, velho e puro cinema. Cinema de verdade.

No cinema de apego às luzes, comecei a jornada a qual espero encontrar muito mais do verdadeiro cinema. Que a força esteja comigo e o desânimo com os opositores da causa.

Rodemos esta cidade, então!

Um registro. Ignore a cara de mongol.

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