terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Pulp Fiction e a Polêmica Massagem Nos Pés


Nos últimos dias, estive resolvendo certos problemas e ficou complicado postar qualquer coisa por aqui. Mas, gatinhas, controlem-se! A espera acabou. Estou de volta!

Eu sou um grande fã da filmografia de Quentin Tarantino. Acho meio evidente que este grande Roteirista-barra-Diretor [E olha que eu prefiro o considerar mais como um GRANDE Roteirista do que como O Diretor - isso não significa que ele seja mau diretor- longe disso!] é certamente, uma das personalidades mais marcantes do cinema nas ultimas décadas. Seus trabalhos sempre repletos de personagens ricos em tarantinesquisses [Mais uma expressão derivada da palavra ‘Tarantino’ criada], diálogos repletos de ‘expositions’ e seu jeito peculiar de desenvolver um simples acontecimento fazem de sua filmografia algo que admiro MUITO.

Vou te falar que sempre tive dúvidas em decidir qual dos dois filmes eu considero a obra-prima-máxima do sujeito: Cães de Aluguel ou Pulp Fiction. Por um lado temos um debut magistral de um cara que trabalhava numa videolocadora e que sonhava fazer o seu próprio filme: E então somos apresentados a um filme de roubo maravilhoso. Em contrapartida, temos seu triunfo cinematográfico em Pulp Fiction [Eu poderia até usar clichês como: ‘O que dizer?’ ou “Sem comentários”], onde descobrimos um Tarantino a mil por hora e Palma de Ouro em Cannes. [Palmas, palmas!]

Vou te falar que Pulp Fiction tem um lugar especial em meu coração [Éssi-Dois]. Lembro da primeira vez que assisti ao filme e de ter ficado perplexo em como tudo aquilo foi brilhantemente feito: Haviam personagens interessantissímos, diálogos marcantes e uma narrativa contada de uma forma nada convencional. Estes foram, no básicão, os motivos que me fizeram ter revisto o filme bastante vezes naquela semana.

E em especial quero destacar uma cena: A "Foot Massage Scene”. 



É interessante observar o quanto esta cena é eficiente no que é mais importante no cinema: Contar uma história. 

Temos a seguinte situação: Vincent e Jules estão prestes a realizar um trabalho [Tentarei não soltar muitos Spoilers] a mando de um homem chamado Marsellus Wallace [Segundo Wikipédia, o chefe de todo mundo]. Lembrando que todos são criminosos, pessoas à margem da lei, e não estavam ali pra brincadeira [Modo locutor da Sessão da Tarde]

A equação era simples: Os personagens, a situação e o objetivo. 

Então, eles chegam, vão ao porta-malas, pegam as armas e direcionam-se ao prédio onde irão resolver o 'problema'. Numa forma padrão de narrativa cinematográfica, o caminho do carro até o apartamento dos ‘trutas’ deveria ser descartado, certo? 

Não é importante, entra a Elipse, concorda?

Sim. A resposta é sim. Mas isso não é unanimidade. E não impediu Tarantino de enxergar ali, uma oportunidade valiosa de não só apresentar seus personagens, como também desenvolvê-los junto a trama.

Observe que numa simples conversa sobre a ingênua vacilada de um cara em realizar uma Massagem nos pés da mulher do patrão, quando na verdade a única função dele era fazer companhia a senhorita, desencadeou uma ira profunda no marido da moça, pois para ele isso foi uma traição. E, a partir daí, temos a noção do temperamento psicológico dele, o marido.

Veja que durante toda a discussão é possível conhecer Marsellus Wallace sem ao menos o sujeito ter entrado em cena. Além disso, durante a eficiente cena somos apresentados à varias coisas referidas ao universo do filme como: O que é um piloto de série de televisão, que Jules é o The Fucking Master em Foot Massage e que o informante deles não sabia contar. Todas essas coisas são recorrentes nos filmes de Quentin. Podem parecer não haver importância alguma, porém tem sim. E muita.

E a figura de Mia Wallace também é apresentada, além de observarmos a distinta moral de cada envolvido na conversa - Já que cada um possui uma opinião diferente quanto à punição tomada pelo marido - e de quebra testemunhamos como era o relacionamento entre os dois, Vincent e Jules.

Vale mencionar o belo plano-sequência em um determinado momento da cena, enfatizando ainda mais a natureza daquela conversa, retratando de uma forma corriqueira e rotineira a situação. Pura naturalidade.

A cena por si, já explica o porque de tanta adoração a este filme e ao cineasta que o fez. Porém, eu precisava realizar esta [Momento piegas] singela homenagem a um dos meus filmes Top 10.

Abraços.

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