quarta-feira, 2 de abril de 2014

A Tal Nostalgia Depressiva

Em uma das periódicas arrumações no quarto-de-bagunças, aqui em casa, achei um texto velhíssimo, e incrível, escrito por nada mais, nada menos do que meu pai. E o engraçado disso tudo é que o texto expressa um momento na vida do meu velho muito semelhante ao que eu venho passando...

Após ler, disse:
- Pai, foi o senhor que escreveu este texto?
- Sim. Gostou?
- Achei muito bonito.

Tão bonito que faço questão de deixar registrado aqui. Resgatado de uma pilha de coisas com destino ao lixo, o texto é seco, cru e até depressivo. Mas fala da busca, a qual todos nós estamos dispostos a fazer, porém sem a certeza de que será concretizada. Espero que gostem.

A Busca

Hoje ao acordar relembrei
E, então despertei pra uma realidade
Que foi sufocada pelo passar dos tempos.
Com as mudanças da idade,
Olhei-me no espelho e deparei-me
Com a infância esquecida
Porém relembrada naquele despertar,
Naquele momento
E lembrei-me de todos os sonhos,
Todos os desejos
Que esperava ao menos realizar no futuro,
Mas tudo foi esquecido.
O meu destino foi invertido
Na maioria das vezes por grandes decepções
E vi que sou completamente desconhecido
Estranho e diferente
Da realidade do meu passado.
Não sou um fracassado
Mas os maiores dos meus sonhos quando criança
Não foram realizados.
O mundo não é o que sonhei
As pessoas não são todas iguais
Queria voltar a ser criança
E não voltar a essa realidade 
A qual vivo
Jamais.

A vida é revestida de decepções, e alguns fracassos, que fazem a gente olhar para o passado e desejar voltar ao ponto zero, mas isso não é possível. Ter a vida que você planejou quando era criança (ingênuo) é diferente de ter o presente que você se situa agora. Porém, lembrar que o futuro é o que construímos HOJE preenche de esperança as nossas vidas. 

Abraços.

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