sexta-feira, 28 de março de 2014

Um Amor Chamado Magnólia

Assim como a música, o cinema tem um papel importantíssimo em me ajudar a lidar com certas situações da vida. Todos os dias somos expostos à decepções, amor, ódio, gentileza, violência, entre outros bens e males. E é fascinante notar como obras artísticas produzem sentimentos tão intensos em nós. Obviamente, a lista de filmes que, de alguma forma, me ajudaram durante esta minha breve existência é quilométrica, porém há um filme em especial que faço questão de deixar registrado nesse blog a minha admiração.

Linda, cativante, intensa, problemática e apaixonante.

Seu nome: Magnólia

Não me canso de dizer o teu nome, Magnólia


Dirigido e escrito por Paul Thomas Anderson, Magnólia foi o segundo longa da carreira do cineasta. Nele somos apresentados à extensa lista de 9 personagens, residentes da cidade de Los Angeles, e todos com seus problemas, dilemas e traumas. Figuras universais de qualquer lugar no mundo. E que a partir da convivência testemunhamos um estudo de personagens magnifico, descobrimos seus respectivos passados e o que os afligem tanto. 

Quando hoje falo sobre Magnólia, pareço comentar de um antigo amor. Isso porque ela (Magnólia) me proporcionou um mar de emoções, aflição, espanto e admiração. Falou de uma forma pessoalmente brutal comigo, numa época em que eu precisava ouvir não somente um conselho mas um puxão de orelha, algo que poucos filmes conseguiram fazer comigo. Na verdade, Magnólia ainda me aconselha todas as vezes que a revejo. Seja para saber que perdoar é a coisa mais difícil a qual nos propúnhamos quando decidimos co-existir ou saber que podemos possuir muito amor dentro de nós mas, que às vezes, não sabemos onde pôr tanto sentimento. É sempre uma delícia revê-la.

Eu poderia cuspir neste texto as perfeições técnicas do filme e roteiro. Em como seus elegantes planos-sequência são uma atração à parte ou como PTA em seus tradicionais closes invade a natureza de seus personagens. Poderia, também, citar a poesia incorporada em um roteiro repleto de simbolismos e mensagens que vão no pessoal do espectador. Porém, limitarei as minhas admiradas palavras ao que Magnólia representa à mim: Amor.

Numa intensa carga dramática e portado de um humor bastante sútil, o filme traça, e conecta, os acontecimentos nas vidas problemáticas e bagunçadas de seus personagens através de música, vezes do compositor Jon Brion outrora da delicada Aimee Mann, e cinema. Sim, o mais e belo puro cinema. O ponto alto da produção é ser eficaz em desenvolver os momentos delicados e explosivos dos personagens com uma igualdade e ritmo espetacular.

Já perdi a conta de quantas vezes me deparei com situações complicadas da vida e automaticamente me vieram frases do filme como um oásis de reflexões. Basicamente, Magnólia moldou parte do meu caráter:


"We might be through with the past, but the past ain't through with us."

"Dad? You need to be nicer to me."

"What am I doing? I'm quietly judging you."

"I really do have love to give! I just don't know where to put it!"

"I'm sick and I'm in love."

"When the sunshine don't work, the good Lord bring the rain in."

"What most people don't see... is just how hard it is to do the right thing."

E como esquecer do clímax do filme? A redenção. O inacreditável ocorrido que sucede-se após os pontos mais dramáticos de seus personagens. Não serei louco em dar detalhes sobre esta "bizarra" parte. Até porque estragaria a surpresa (espanto), mas prepare-se para uma mensagem forte. Uma sensação de ter feito parte de uma experiência ímpar e especial. E Magnólia é, em sua essência, isso: Mais do que um filme, uma experiência. 

Emocione-se, espante-se e admire-se. E se você achou, acidentalmente, este texto logo após assistir Magnólia, acredite que isso não é uma mera coincidência.

Tente tirar coisas boas de seus problemas. Isso te fará seguir em frente e, o mais importante, aprender.

Abraços.

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