A missão Discovery chegara ao ponto em que seu total fracasso era claro a todos os tripulantes da nave EBERPE. Nos rostos dos sobreviventes ali presentes, os quais eram poucos, havia um misto de decepção e angústia, pois o segredo perseguido por aqueles viajantes mostrara uma face bruta e inconsequente.
A face da inexistência.
Conforme a grande nave penetrava a escuridão intangível do cosmo, o capitão Hope, chefe da expedição, rendeu-se a uma reflexão, que em primeiro instante veio em forma de pensamento, porém tornou-se num desabafo audível.
- Talvez não. - Ele respondeu a si mesmo - Talvez estejamos sozinhos em toda esta imensidão. Mesmo com toda nossa pequenez e insignificância, continuamos sendo agraciados em testemunhar as estrelas, os planetas e a vida. Logo nós que mal conseguimos cuidar de nossa própria casa. Como podemos ser os únicos privilegiados?
O silêncio foi a resposta.
- Mas hoje - Ele continua. - compreendo que esta pergunta possuí uma resposta óbvia: Nós somos parte desta imensidão, e não meros espectadores. Este TODO nos pertence assim como nós pertencemos a ele.
A tripulação se entreolhou, e tais olhares valeram como longas conversas. O silêncio pertinente permitiu ao capitão levantar e direcionar-se para a proa da nave, onde de lá imaginou poder sentir o vento acariciar-lhe o rosto e levar consigo sua frase final:
- Nós não somos um erro do universo.
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