Nas molhadas ruas dessa sexta, o frio traz à tona incógnitas
rotineiras. Penso estar em conflito com o ambiente que me cerca. Por algum
motivo, os homens parecem mais românticos, as mulheres mais radiantes, as
crianças mais protegidas, os idosos mais esperançosos e o sol, que em cisma de
timidez viveu o hoje, mais conveniente. Um balanço de entusiasmo e nostalgia
preenche a minha mente, porém não sei no que meus olhos refletem, acredito estarem tão confusos quanto eu.
Desisti de imediato fazer qualquer ligação lógica com as
condições meteorológicas e o humor ambiental vigente: Uma mãe acaba de abrir
mão de seu guarda-chuva para proteger o filho da tempestade - O amor em tempos
frios. Perseguindo os meus caminhos, penso no que mais é necessário para viver
um sonho e, mesmo com o dia que me rodeia sendo tão convidativo, admito que quero estar aqui e ao mesmo tempo não.
Ao sair do trem, me espantei com a insignificante diferença
de temperatura entre o vagão e a rua. Isto me preocupa. Estou para chegar em
casa mais cedo, poderei pôr em descanso o meu corpo. Quero pensar nas coisas
boas que me esperam - Talvez seja este o entusiasmo e a casa, nostalgia.
Homem carrega uma flor, mulher bem consigo, uma criança com
um guarda-chuva, idoso sorrir e um dia frio e chuvoso termina em brilho solar.
Tudo parece bem, estou no caminho certo. Isso é o que meus olhos refletem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário