I'm about...
About to run.
About to stay.
About to scream.
About to pray.
About is my way,
every night and every day
in a constant replay
where delay is OK to obey.
I'm about to do.
I'm about to don't.
I'm about to will.
I'm about to won't.
That's my "BE":
Stuck in the middle.
There are two of me,
the one in the flesh
and the one in the mirror.
And I think none of them are real.
Because I'm about to born.
I'm about to die
I'm about to live
I'm about to cry.
Why?
I forgot the answer.
But I'm about to remind.
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
I'm About
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terça-feira, 22 de setembro de 2015
Ensaio Sobre Questionamento Existencialista Clichê
Casal no restaurante, sentados no pouco iluminado fundo do local, se encontra para bater um papo. Pegamos o bonde andando, no entanto, em oportuno momento, ouve-se:
- Alguma vez você já se pegou olhando ao redor e se sentindo tão diferente das outras pessoas, como se o seu eu fosse incompreendido? - Yasmim indaga com certo teor de contemplação na fala.
- Onde você quer chegar exatamente? - Gustavo paga com outra pergunta.
- A lugar nenhum em especial. Só me bateu a curiosidade de saber se mais alguém já experimentou essa sensação.
- De ser autista, portador de uma síndrome-narcisista?
- Não tem nada a ver com isso. Na real, tem a ver com uma sensação de deslocamento, sabe? Escapulir de algum eixo que, no meu ponto de vista, todo o resto do mundo segue.
- Deve ser divertido se sentir tão especial.
- Eu sei que soa egoísta...
- E é, acredite. Por exemplo, posso enquadrar esse teu raciocínio a nós dois aqui, sentados nesta mesa. Eu posso olhar para os lados e julgar que todo o resto além de nós é menos interessante do que as coisas que nos englobam. Nós somos melhores, nossa comida é melhor, nossa relação é melhor, enfim, até posso pensar que nossa conversa é melhor, apesar de ser difícil me fazer crer nisso. - Ele sorri.
- Me faz parecer uma criança mimada colocando as coisas assim.
- Me desculpe, Yasmim, mas não somos melhores que os outros. Apenas somos, entende?
- Entendo que você sempre gosta de monopolizar os rumos dos nossos papos. - Ela responde em tom áspero.
- Hei, isso não é justo! - Brinca.
- Quer saber? Nem sei porque ainda converso essas coisas contigo. Me manter mais superficial perto de tu é uma boa saída pra não pirar.
- O que você queria ouvir? Ah, Yasmim, você é tão diferente das outras mulheres. Você é tão original, autêntica e interessante. Adoro seu modo de se distanciar dos estereótipos de garotas fúteis e vazias. Que sorte é a minha ter...
- Já chega, Gustavo!
Silêncio. Contatos visuais opostos.
- Você é especial pra mim, Yasmim. E para todas as outras pessoas que te conhecem, creio eu. Mas quanto as proporções que nos contabilizam neste planeta, você é apenas mais uma. Uma singela peça de um mosaico soberbo chamado humanidade.
- Cara, na boa, namorar você deve ser um porre, sabia?
- Sei que temos um progresso agora. - Gustavo diz com um sorriso bobo.
- Eu, sua companheira, te esganando da forma mais cruel em pensamento neste exato momento? Puta progresso! - Ela disse isso mais alto do que planejara.
- Olha, sua ingratidão me parte o coração. - Ele abre os braços. - Há jeito mais genuíno de parecer diferente do que parecer pior?
Yasmim não respondeu, preferiu digerir o que Gustavo acabara de dizer. Ele, de uma certa forma, havia respondido a pergunta dela, mas ao modo dele.
E o que sucedeu após isso de nada nos interessa.
- Alguma vez você já se pegou olhando ao redor e se sentindo tão diferente das outras pessoas, como se o seu eu fosse incompreendido? - Yasmim indaga com certo teor de contemplação na fala.
- Onde você quer chegar exatamente? - Gustavo paga com outra pergunta.
- A lugar nenhum em especial. Só me bateu a curiosidade de saber se mais alguém já experimentou essa sensação.
- De ser autista, portador de uma síndrome-narcisista?
- Não tem nada a ver com isso. Na real, tem a ver com uma sensação de deslocamento, sabe? Escapulir de algum eixo que, no meu ponto de vista, todo o resto do mundo segue.
- Deve ser divertido se sentir tão especial.
- Eu sei que soa egoísta...
- E é, acredite. Por exemplo, posso enquadrar esse teu raciocínio a nós dois aqui, sentados nesta mesa. Eu posso olhar para os lados e julgar que todo o resto além de nós é menos interessante do que as coisas que nos englobam. Nós somos melhores, nossa comida é melhor, nossa relação é melhor, enfim, até posso pensar que nossa conversa é melhor, apesar de ser difícil me fazer crer nisso. - Ele sorri.
- Me faz parecer uma criança mimada colocando as coisas assim.
- Me desculpe, Yasmim, mas não somos melhores que os outros. Apenas somos, entende?
- Entendo que você sempre gosta de monopolizar os rumos dos nossos papos. - Ela responde em tom áspero.
- Hei, isso não é justo! - Brinca.
- Quer saber? Nem sei porque ainda converso essas coisas contigo. Me manter mais superficial perto de tu é uma boa saída pra não pirar.
- O que você queria ouvir? Ah, Yasmim, você é tão diferente das outras mulheres. Você é tão original, autêntica e interessante. Adoro seu modo de se distanciar dos estereótipos de garotas fúteis e vazias. Que sorte é a minha ter...
- Já chega, Gustavo!
Silêncio. Contatos visuais opostos.
- Você é especial pra mim, Yasmim. E para todas as outras pessoas que te conhecem, creio eu. Mas quanto as proporções que nos contabilizam neste planeta, você é apenas mais uma. Uma singela peça de um mosaico soberbo chamado humanidade.
- Cara, na boa, namorar você deve ser um porre, sabia?
- Sei que temos um progresso agora. - Gustavo diz com um sorriso bobo.
- Eu, sua companheira, te esganando da forma mais cruel em pensamento neste exato momento? Puta progresso! - Ela disse isso mais alto do que planejara.
- Olha, sua ingratidão me parte o coração. - Ele abre os braços. - Há jeito mais genuíno de parecer diferente do que parecer pior?
Yasmim não respondeu, preferiu digerir o que Gustavo acabara de dizer. Ele, de uma certa forma, havia respondido a pergunta dela, mas ao modo dele.
E o que sucedeu após isso de nada nos interessa.
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domingo, 20 de setembro de 2015
Annoying Noises On Good Photographs
I felt a cold breeze blowing beneath my soul. I didn't mind a bit, but a voice inside my head was begging for attention. And beyond that invite or anything that would be more pleasant than my current state, I saw you. Sort of away from me but I recognized you, right beside children's fears, taking advantage of innocence and with a smile - A cold one just like the wind I was submitting my sanity. Heavy tears washed my face, I didn't hide. But, through the last portion of courage left on me, I believed in the insignificance of the situation. And now I embrace the cold, I swallow the voice and I even accept you on my sight. Unlike the old me, who just couldn't, I learnt to stand among terrors. I won't be part of your crimes anymore, Queen of broken pieces. Let me stay here, quiet and still, enjoying the insignificance of you.
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sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Deixe Que O Cristo Nos Diga O Limite Desta Cidade
Evaristo saltou da cama quando seu despertador, tocando pela sei lá das quantas milésima vez, o fez lembrar da responsabilidade que tem todas as manhãs, levar um O Retorno do Rei completo, versão estendida com comentários e tudo, para chegar ao que ele chama de ganha-pão - Pobre Odisseu. Porém, Evaristo não se ligou na última grande notícia bombástica divulgada, - o coitado lá tem tempo pra isso? - pois se tivesse, teria tomado conhecimento de uma mudança que muito lhe afeta.
Ele não é mais Carioca.
É! Até poucos dias atrás, mesmo sendo habitante do extremo-longe confundó do Judas, lugarzinho entre o limiar da Avenida Brasil e as extensas matas virgens gradativamente descabaçadas pelas viris fábricas de fumaças, Evaristo tinha o direito de dizer-se "Carioca" - Documentos asseguravam isso. Residente, com farto orgulho, da cidade do Corcovado, Pão de Açúcar e Copacabana, por mais que tais lugares fossem apenas vislumbrados através da janela do ônibus ou das novelas. Agora, no entanto, essa cidadania não existia mais. Isso parecia trazer um ar de caos, um ar de panelaços, um ar de pneus queimados interditando estradas e um ar de abandono muito mais abandonado do que o normal.
Não vieram ônibus que levassem para o trabalho; Não veio ordem que trouxesse de volta os ônibus que levassem para o trabalho; Tampouco, explicação sensata que entregasse qualquer ordem suportável; E se qualquer coisa passasse por ali, o protocolo era gritar:
- Não mais cariocas!
Os representantes das mídias com suas sofisticadas quinquilharias, como helicópteros, Drones e até um deturpador de realidade de última geração usado recentemente em alguma causa que merecesse adequar-se ao "padrão-do-cliente-mais-importante", chegaram para transmitir tal evento que a qualquer momento poderia substituir a novela naquele dia, e Copacabana não seria vista. Evaristo, perplexo e aporrinhado por uma desconfiança, perguntou para algum jornalista o que estava acontecendo, mas levou a seca resposta:
- Não mais cariocas!
Então, perguntou para um sujeito que derramava álcool sobre uma parede de pneus e papelão. Ele, porém, também disse:
- Não mais cariocas! - Ríspido e Boom, chamas.
Ciente do dia de serviço perdido e preocupado se poderia ser demitido pela "incapacidade de chegar ao trabalho por causa de um caos bobinho", diria seu chefe, nosso amigo retornou para casa em busca de montar bom argumento. Talvez mais um parente morto por uma bala perdida ou outra enchente de descaso conscientemente exercido, ajudariam na peleja que é não transar com a pindaíba. Antes de solidificar a desculpa escolhida, pasmou-se ao ver, pelo noticiário mesmo, um motivo mais extraordinário, original e real para o alvoroço:
"Que belo dia para ter um protesto, não? Que belo dia para ser carioca, não? Ah, melhor dia ainda para dizer "Não mais cariocas!", não? Foi aprovado, finalmente, o projeto de lei que há tanto tempo a cidade maravilhosa clamava, feito por paladinos comprometidos com uma coerência nada equivocada e estúpida, mas visionária e sadia para as vistas. O Projeto 'Tem Cristo, é Rio' tem como objetivo, e falo isso com uma alegria juvenil, re-mapear, e a essa altura já re-mapeou, a cidade do Rio de Janeiro para novos parâmetros que são convenientes aos interesses de uma meia-dúzia samaritana que entende as necessidades da capital.
Tá vendo aquela estátua de pedra-sabão lá no alto do Corcovado? Ali. Isso. Consegue? Se sim, fique tranquilo, o Rio de Janeiro ainda é o seu lugar. Parabenizo, aliás, pelo ótimo gosto em escolher seu bairro e por ser este cidadão exemplar, não precisando nem conhecê-lo para dizer que és muito civilizado, sim. Agora, se você não consegue vê-la de jeito nenhum, nem a lasquinha do dedo do meio ou ela lhe dando as costas, pode ver, ao menos, o meu lamento cinicamente scriptado para informar que a cidade das belezas naturais não é mais para você. Não tenho dito isso eu, mas, sim, o próprio Cristo!
É claro que há lugares deploráveis capazes de vislumbrar a estátua. Essas eternas pedras no sapato do desenvolvimento, que tiveram o atrevimento de estar no lugar certo da segregação certa, possuem o texto como proteção. Entretanto, convenhamos, é muito mais fácil cuidar de 2 do que 20, imagina 2000. E acaba sendo importante para o projeto, mostrar que há o interesse de agregar alguns subalternos ao plano do Éden.
O Rio agora é a cidade do metrô, da cultura, do grupo estação, do lazer, da boniteza, dos ônibus com TV e ar condicionado e das novelas do Manoel Carlos. A mancha rubra do cão, a cor de tijolo sem emboço, a feiúra das linhas de trem, a ausência da brisa para a catinga de esgoto e a vivência da lamentação, não mais serão um fardo para a cidade, não mais atrasarão, não mais cariocas serão. Pro lado de cá, tudo continua, pro lado de lá, a rotineira atenção nunca concedida, ou seja, nada muda. O projeto abrirá exceções lógicas, calma civilizados injustiçados! Alguns bairros fiéis aos requisitos serão re-agregados e ganharão até uma projeção digital do homem de Nazaré. No mais, daqui para frente, surgirá um mar de transformações que trarão a nós a tão sonhada ordem e o tão adiado progresso.
Aos ex-cariocas, aviso que nossa transmissão terminará agora, em definitivo, para sempre. Não fazemos nem questão de ir recolher nossas coisas por aí, podem ficar. Foi um desprazer tê-los convivido e fique sabendo que é um alívio o corcovado não ser mais alto e o Cristo, maior.
Fiquem com suas respectivas programações normais."
Evaristo achou aquele argumento genial para justificar sua falta, mas de nada mais valia, o único prêmio recebido pela retórica fora um: Você está demitido. Motivo? Mora mais longe do que há um dia atrás. De sua varanda, o Cristo não lhe oferecia nada, nem as costas e nem uma esperança. Ele não ousou pensar que Cristo, não o símbolo segregador, tenha abandonado toda aquela gente, mas alguns outros, mortais e responsáveis, com certeza abandonaram. Nosso Evaristo sentiu raiva invadindo. Raiva não por perder o emprego ou o canal de TV, não pelo fedor de pneu queimado impregnando ou pela exclusão - até porque todos ali já eram excluídos há muito tempo. A raiva invadiu porque foi traído o orgulho, arrancando a cidadania de morador da cidade maravilhosa como se fosse desapropriar qualquer moradia feia. No entanto, ele tinha certeza que o panelaço e a fumaça continuariam até alguém prestar atenção, nem que o próprio Cristo e o Corcovado aumentassem...
Ou se mudassem pro lado de lá.
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
De Onde Vem a Vira-latisse
Índio já morava
Chegou europeu
Traficou negro no breu
Pra depois asiático chegar nessa feijoada.
Encaixou mais uns, virou bacanal fuleiro.
É disso aí que veio o Brasileiro.
Chegou europeu
Traficou negro no breu
Pra depois asiático chegar nessa feijoada.
Encaixou mais uns, virou bacanal fuleiro.
É disso aí que veio o Brasileiro.
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