Quando os olhos de Clarice foram de encontro com os de fulano, ela foi capaz de enxergar toda a beleza contida naquele ser. Ele, trocando em miúdos, era a coisa mais linda que ela já viu ou ainda veria em toda sua existência - e para tal conclusão delicada não fora preciso mover a retina um só centímetro, Clarice sabia disso e era suficiente apenas olhar, mergulhar nos olhos cor Amazônia, vívidos e puros, os quais devolviam percebimento. Junto ao momento, a respiração da moça desapareceu por um segundo equivalente a século, seu corpo traiu-a com arrogância ingrata e ela sentiu nas entranhas mais profundas que a compõe, uma palpitação abstrata que arranca a razão até dos mais pragmáticos dos homens: Amor. Amor categórico e incisivo; amor que não pede para adoecer; o mesmo amor neutralizador de sentidos; o amor cego que, tal qual pelos próprios olhos, escolhe não mais enxergar nada além do que o último vislumbre - O que alguns ainda insistem em chamar de primeira impressão... De primeira vista.
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