Ontem me foi permitido sonhar
Com uma bela dama de hipnotizante olhar.
Em suas mãos, ela portava algo de difícil compreensão
Não lembro se uma arma ou meu próprio coração
Disse para não temer o fim do perfeito
Senti uma dor eletrizante no peito
Ela jogou fora o que segurava após um beijo
Num cruel e descompromissado desfeito
Suas mãos, agora sujas, estenderam-se a mim
Do paraíso no qual estava, ela me mostraria o fim
Belezas também morrem, ela disse
Poderia restaurar o que fora descartado, se ela não me impedisse
Com não's e uma realidade crua
Encontrei minha companheira amargura.
Excomungado do sonho,
O que sobrou foram lembranças,
de um amor agora desmembrado da esperança.
Foi bom estar perdido na perfeição
Comparado à esta atual desolação.
De que serve o adeus,
se ela é ignorante ao que digo?
Do oxigênio que usa,
ela não tá afim de dividir comigo.
terça-feira, 26 de agosto de 2014
sábado, 16 de agosto de 2014
A Jornada de Todos os Herois
Há na jornada de cada herói a “provação máxima”, aquele
momento onde monstros e os mais dos terríveis males precisam ser enfrentados. É
aquele instante em que as forças, antes inesgotáveis, agora são escassas. O horizonte
passa a ser turvo, incerto, quase uma imagem abstrata de algo que um dia fora
uma meta. É difícil prever um fim quando se encontra em tais condições, pois o
herói está sozinho - Ele precisa estar sozinho. Seus coadjuvantes, ajudantes, mentores
e todo resto tornam-se periféricos, pois esta peleja pertence exclusivamente a ele.
É a forma que a vida, cruelmente, escancara que o fim disto é responsabilidade dele,
seja o que for. E talvez por se mostrar tão cruel com as chances, estes
momentos necessários da jornada sejam o motivo da morte de tantos ideais e
objetivos.
O herói tenta fugir, tenta esconder a sua face, embrulhar-se
até que desapareça. Mas para onde ele vai a provação o persegue, porque ela não
é externa, ela faz parte dele. E quando consegue aceitar a necessidade de
enfrentar o inevitável, sua maior certeza é a do fim, por mais que outrora ele
tenha sido capaz de superar outros conflitos - Nenhum se compara a este. Então, a
espada é desembainhada, as últimas forças são tomadas e o encontro ao que o acaso
permitir é aceitado. Neste momento, não importa o que fora aprendido, ganhado
ou conquistado, a única coisa que importa é este fardo terminar – por mais que o seu triunfo seja ansiado por tantos terceiros.
Um alívio com a sensação do iminente fim é sentido. No
entanto, uma força incansável faísca dentro de seu ser, no mais profundo dele.
É de natureza desconhecida, começa como uma imperceptível fagulha até preenchê-lo por completo. É um outro lado do herói o
qual ele não conhecia até então. O que era antigo e velho, dar lugar ao renovo.
Este lado parece não desejar o fim: Ele quer vencer, ele pode conquistar. Jogado, antes da grande batalha, numa dimensão
diferente à atual, o herói espanta-se. Nesta realidade paralela, dois tons são
suficientes: o branco e o negro; o sim e o não; o começo e o fim; a vida e a
morte. Uma explosão cegante inicia-se, ele não é atingido por ela, somente testemunha
algo bonito e único - Alguns costumam chamar isto de redenção. O clarão da
explosão mata suas conclusões pessimistas, porém mata o seu antigo eu também,
aquele descrente das próprias forças. Ele renasce logo em seguida e os tons
modeladores desta realidade fundem-se e tornam-se um novo espectro, um artefato
que pode ser grandioso, mas que agora cabe em suas mãos.
A recompensa por esta batalha vencida é o elixir, o artefato
que o ensinará simplesmente a seguir em frente, a experiência para superar os seus
demônios mais tenebrosos. Voltar a desconfiar de si nos momentos de provações
faz parte deste arquétipo, mas basta encontrar aquela pequena faísca para desencadear
o descontrolado entusiasmo que nos guiará a vitória de cada luta. Tudo isso
porque somos grandes, somos fortes... Somos heróis.
N.T.: Este texto faz parte da volta deste inresponsável jovem escritor. I'M BACK!
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